Cruz das Almas-Ba, 07/09/2024 18:58
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Estação Ferroviária da Coplan

Conheça um pouco sobre a história.

Memorial Digital!

Apresentação

Há um belíssimo prédio ali nas imediações do bairro Coplan, um imóvel que chama a atenção, principalmente de quem entra na cidade, por causa dos seus belos traços arquitetônicos que, segundo alguns, lembram um projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer (porém, não há nenhum documento que comprove tal afirmação).

Quando se iniciou a construção desta  estação, na Coplan, ela era identificada como a “Estação Nova”, para distinguí-la da estação antiga, que passou a ser chamada de “Estação Velha”. O prédio envelheceu, mas ela era a Estação Nova.

Trata-se do prédio da Estação Cruz das Almas, construída pela Viação Férrea Federal Leste Brasileiro em 1958. Esta estação ferroviária ganhou o nome de Cruz das Almas porque a antiga Estação Cruz das Almas, que ficava no Pombal, teve o nome alterado para Engenheiro Eurico Macedo.

Na verdade era um ramal que fazia parte do trecho Cruz das Almas – Santo Antônio de Jesus, cuja ideia do projeto original era unir as linhas Sul (Salvador – Monte Azul) e E. F. Nazaré, esta isolada mais ao sul do Recôncavo. Por algum motivo, ainda desconhecido, o trecho nunca foi completado.

Alguns contemporâneos afirmam que o funcionamento do trem de passageiros chegou a efetivar-se até a cidade de Santo Antônio de Jesus apenas no dia da inauguração, sem nunca, sequer, tenha chegado a Nazaré. Já outros, contam que, pelo menos entre os anos de 1960 e de 1963, um trem de passageiros tenha circulado entre Cruz das Almas e Conceição de Almeida. E há ainda relatos de quem se recorde de ter presenciado a movimentação de trens com vagões de carga de cimento e pedras, manobrando ali no pátio da estação; mas, em pouco tempo depois, a linha teria sido desativada. 

De fato, o Guia Levi, usado como referência de horários de trens de passageiros, de 1960 a 1963, acusa a existência de trens de passageiros ligando Cruz das Almas à estação de Conceição de Almeida, um trecho com 11 quilômetros de extensão; mas, já em 1965, ele não mais existia.

O prédio abandonado, porém preservado, desde o início da década de 70, atualmente faz parte do espólio da RFFSA e está sob a guarda do Município. Recentemente recebeu uma pintura artística, com tema da festa junina. Além disso, a Prefeitura Municipal fez um trabalho de infraestrutura no seu entorno para que o espaço pudesse ser utilizado como parque para a realização do “São João de Cruz das Almas”. Tais ações tem servido não só para embelezar o monumento, mas reflete o desejo de grande parte da população de que o prédio venha a transformar-se num equipamento de uso público, como um centro cultural ou um museu, por exemplo.

(FONTES: Lorena Silva Santos; Roosevelt Reis; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; A Leste Brasileiro e o Desenvolvimento Econômico da Bahia, 1960; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XX, 1958; Guia Geral das Estradas de Ferro, 1960; Edisandro Barbosa Bingre: www.almanaquecruzalmense.com.br)