Cruz das Almas-Ba, 18/04/2025 12:51
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São João

A História do Melhor São João da Bahia

O SÃO JOÃO DE CRUZ DAS ALMAS

As festas juninas são multiculturais e o formato com que hoje as conhecemos tem sua origem nas festas dos santos populares Santo Antônio, São João e São Pedro, trazidas até nós pelos antigos portugueses que aqui chegaram.

Hoje, a festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Por ser uma região com pouca chuva em muitas partes e por longos períodos, o Nordeste anualmente roga a Santo Antônio, agradece a São João, mas também a São Pedro, pelas chuvas caídas nas lavouras. Em razão da época propícia para a colheita, alguns itens da agricultura são a base das comidas e bebidas e integram a tradição gastronômica, como o milho, o amendoim, a laranja, o jenipapo, etc.

Nas cidades, o local onde ocorre a maioria dos festejos juninos é chamado de arraial, um largo espaço ao ar livre cercado ou não e onde barracas são erguidas unicamente para o evento, ou um galpão já existente com dependências já construídas e adaptadas para a festa. Geralmente o arraial é decorado com bandeirolas coloridas e outros adereços temáticos. Nos arraiais, geralmente, acontecem as apresentações de quadrilhas, das bandas e cantores de forrós e ficam as barracas de comidas típicas.

O São João de Cruz das Almas não é diferente, com influência dos antigos e tradicionais festejos juninos, a cidade do Recôncavo baiano é uma das mais visitadas nessa época, que é um dos mais esperados festejos da cidade e a época que a mesma recebe o maior número de turistas, o que gera um significativo crescimento da movimentação turística e econômica no município e na região.

  Visitas “de casa em casa”

Deste muito tempo, a Festa de São João em Cruz das Almas é um momento único em que a grande maioria das residências abre suas portas para recepcionar pessoas que estão participando da festa (moradores ou visitantes). Independentemente de serem residências mais simples ou mais abastadas, há sempre mesas com amendoim, milho, laranja, bolos, canjica, licores, etc., para serem prazerosamente servidos a todos os que chegam nas visitas de casa em casa, a partir do anoitecer do dia 23 de junho (véspera do São João). Basta pronunciar a senha: “São João passou por aí?” e as portas se abrem com alegria.

  As Fogueiras

Outra tradição do São João cruzalmense são as fogueiras na frente das casas. Tais fogueiras são acesas na noite do dia 23 de junho (véspera do São João), normalmente pelo chefe da família. A partir desse momento as crianças ficam livres para soltar os seus fogos. Os adultos costumam sentar-se em torno da fogueira, para conversar, assar milho, carne etc., degustando licores. E aí nos lembramos do saudoso Luiz Gonzaga, que inúmeras vezes cantou: “A fogueira está queimando em homenagem a São João.”. Com o passar do tempo, o costume de fazer a fogueira de São João foi se reduzindo, em parte por razões de preservação ambiental.

  O Arraiá do Laranjá

Originalmente, o São João de Cruz das Almas restringia-se a acontecer nos terreiros dos sítios e fazendas, forrós nas salas e crianças soltando fogos em frente das casas que acendiam suas fogueiras e culminava com as visitas de casa em casa, onde eram recebidos com alegria todos que ficavam perambulando pelas ruas, soltando ou fugindo das espadas. No ano de 1989, na administração do prefeito Lourival José dos Santos, foi criado o Arraiá do Laranjá, no Parque Sumaúma e a festa ganhou espaço próprio, iniciando-se assim um novo ciclo da festa junina no município que consolidou-se com o passar dos anos e tornou-se um evento festivo de abrangência nacional, muito por conta da Guerra de Espadas.

  Alvorada da Rua Rio Branco

A cidade adquire uma alegria especial, que se manifesta já na virada do dia 31 de maio para 1° de junho, com o Esperando São João, que acontece na Rua Rio Branco, uma espécie de alvorada para anunciar a chegada do mês de junho.

  Cortejo Arrastapé Cultural

Em 2018 e 2019, já no dia 01/06, a abertura do São João foi marcada com as principais ruas da cidade recebendo o colorido e contagiante animação do Arrastapé Cultural, cuja concentração acontecia na Praça dos Artífices de onde saia o cortejo em direção ao centro da cidade. Acontecia então uma belíssima caminhada, onde uma diversidade de manifestações culturais locais e regionais desfilavam num belíssimo espetáculo a céu aberto pelas principais ruas e tendo como público a garotada das escolas, a juventude e a população em geral.

  Arraiá do Laranjinha

Há ainda um arraial promovido pela Secretaria Municipal de Educação que é totalmente dedicado à participação dos alunos e alunas da rede pública de ensino: é o Arraiá do Laranjinha. Acontece a muitos anos e oferece diversão e cultura com total segurança para a garotada.

  O Arraiá

Atualmente a festa promovida pela Prefeitura, com apoio de órgãos de Turismo tanto do Estado quanto Federal e de outros grandes patrocínios, acontece num novo espaço chamado “Cidade da Música” que possui uma ótima infraestrutura para a realização de um mega evento como é o São João de Cruz das Almas.

Durante os dias da festa, a cidade se destaca pelas opções de atrações artísticas e culturais diurnas e noturnas, e ainda diurnas tem os festejos nas ruas, casas e bares.

  Casamento do Seleão

E o São João de Cruz das Almas estende-se até o final do mês, quando acontece na Praça dos Dois Leões o Tradicional Casamento do Seleão, com shows de bandas locais, culminando com o cortejo do casamento que sai pelas ruas dos bairros Coplan e Itapicuru.

  Guerra de Espadas

O São João de Cruz das Almas tornou-se nacionalmente conhecido pela famosa e mais do que centenária “Guerra de Espadas” (tradição de 150 anos). As espadas são artefatos pirotécnicos, produzidos com bambu, barro, barbante e pólvora. Quando acesas e lançadas, emitem um feixe de luz de rara beleza, principalmente à noite, e se deslocam num movimento imprevisível.

Tradicionalmente, as espadas eram fabricadas de forma bem artesanal, pelos próprios espadeiros (pessoas que soltam as espadas). Com o passar do tempo e o aumento da demanda surgiram os fabricantes de espadas, em processos já semi-industrializados, produzindo em escala para comercialização.

Na véspera do São João, à noite, os espadeiros, sozinhos ou em grupos, se deslocavam pelas ruas da cidade, visitando residências e soltando as suas espadas. Tais visitas continuavam na manhã do dia de São João. À tarde convergiam para a Praça Senador Themístocles, palco da tão esperada “Guerra das Espadas”. Também para lá convergiam muitas pessoas interessadas em acompanhar a beleza do espetáculo de luzes e cores. E a guerra adentrava pelo início da noite, até que as últimas espadas fossem tocadas (acesas e lançadas). Praticamente terminava ali o São João cruzalmense, na fase anterior aos atuais arraiais.

A Guerra de Espadas – show de adrenalina, fogo, luzes e cores – está proibida desde 2011 pelo Ministério Público. Importante destacar também que, no momento, está igualmente proibido por lei fabricar, comercializar, manusear, soltar ou portar espadas de fogo no município.

  Casamento do CEAT

Na década de 70, a partir de um projeto pedagógico do Colégio Estadual Alberto Tôrres, surgiu o CASAMENTO DO CEAT, que virou tradição. O Casamento era arrumado em uma das salas do colégio, onde um aluno se travestia de noiva e uma aluna de noivo; o padre era sempre um aluno; todos vestidos a rigor, saindo do CEAT, conduzido por uma carroça enfeitada, passando pela Rua da Estação até a Praça dos Artífices, em direção a rua do hospital, rua da Suerdieck, Rua Crisógno Fernandes, daí até o coreto na Praça Senador Temístocles, onde acontecia a cerimônia do Casamento em grande estilo. Depois a festa se transformava numa grande batalha de espadas, consequentemente dando início ao São João de Cruz das Almas. Assim, o CASAMENTO DO CEAT aconteceu até 2011 e é considerada uma tradição criada pelos alunos daquela casa de ensino e que também contou com o entusiasmo de pessoas como o Capitão Antonio Leite, Sérgio Lopes e outras figuras que participavam do evento.

  Cultura

Uma outra marca do São João de Cruz das Almas são os forrós estilo sala de reboco, as quadrilhas juninas (Triângulo Dourado, Mistura Gostosa e Amor Nordestino) e o grande celeiro de músicos, cantores e bandas de forrós (Acarajé com Camarão, Sarapatel com Pimenta, Bruno Silva, João, )

  Gastronomia

Não podemos falar do São João de Cruz das Almas sem lembrar da sua culinária típica:

– Licores de sabores variados (jenipapo, maracujá, passas, etc)

– Bolos variados (milho, carimã, aipim, massa puba, etc)

– Guloseimas como bombom de jenipapo, canjica, etc)

– Comidas variadas (galinha de quintal, feijoada, maniçoba, etc)

  Turismo

Uma das maiores e mais famosas festas juninas do país, reúne todos os anos milhares de turistas, cuja população, nessa época, chega a dobrar. A lotação nos hotéis atinge a marca de 100% e muitas casas e acomodações particulares são oferecidas para locação.

Outro fator importante para a atração de turistas no período junino de Cruz das Almas foram inovações como as chamadas “festas de camisas”, como o Forró do Brejo e o Forró do Bosque.

  Economia

Estima-se que, durante o período de festejos juninos, devem ser gerados milhares de empregos diretos e indiretos e há um significativo aquecimento na movimentação econômica de vários setores do município, incluindo bares, hospedagem, artesanato e serviços gerais.

Como podemos ver, os festejos juninos de Cruz das Almas expressam fortemente a riqueza cultural do seu povo, que tem como símbolo forte a sua hospitalidade.

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Galeria de Fotos Vídeos

Fontes:

Redação: Memorial de Cruz das Almas
https://almanaquecruzalmense.com.br
https://www.youtube.com/watch?v=ls3RjyESzP0
https://www.youtube.com/watch?v=ls3RjyESzP0&t=1s

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