Cruz das Almas-Ba, 17/10/2025 16:00
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Comércio e Indústrias

Acompanhe a Historia e o Desenvolvimento

O DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA

A história do comércio em Cruz das Almas está, certamente, intimamente ligada à sua fundação, quando os tropeiros vindos do alto Sertão, primeiros caixeiros viajantes, que a caminho de São Félix e Cachoeira (importantes entrepostos comerciais da época), aqui paravam para descansar e realizavam negócios, aproveitando o momento para troca de mercadorias como açúcar, café, farinha de mandioca e fumo por carne seca, tecidos e querosene. Alguns memorialistas afirmam que o primeiro núcleo comercial de Cruz das Almas tenha se dado, portanto, na localidade da Embira.

Outros fatores preponderantes para a formação e o crescimento econômico do município, já no séc. XIX, foram o cultivo e o beneficiamento de fumo (campos e armazéns), a chegada da via férrea Central da Bahia e a Estação de Pombal, que funcionava como um importante entreposto comercial, porta de entrada e saída de mercadorias.

Já no século seguinte, a instalação da indústria charuteira, a vinda da Escola Agrícola da Bahia para Cruz das Almas e, por consequência, vieram também o IAL, o IBF e o Centro de Pesquisa da Embrapa contribuíram enormemente para o desenvolvimento socioeconômico do município.

  O COMÉRCIO

Atualmente, a cidade possui um importante comércio, que tem demonstrado um ritmo de crescimento acelerado e superior à maioria dos núcleos urbanos do Recôncavo Sul, graças a sua estratégica posição central no eixo da BR 101, o que possibilita um grande tráfego de pessoas da região para o município.

A atividade comercial, portanto, representa o forte da economia local e absorve uma grande mão-de-obra local e regional, colocando-se como um dos setores que mais emprega no município.

O comércio de Cruz das Almas é integrado por várias lojas dos mais diversos segmentos, e sua concentração, historicamente, se dá no centro da cidade mas, com o desenvolvimento urbano e o crescimento demográfico, tem se propagado por vários bairros. A rede de abastecimento é integrada por supermercados de pequeno, médio e de grande porte, mercado municipal e feiras livres no Centro e no bairro da Coplan e algumas feiras itinerantes da Agricultura Familiar e Economia Solidária.

Os empreendimentos comerciais do município distribuem-se entre varejo, atacado e serviços. Diversificam-se nos ramos de vestuário, eletrodoméstico, calçados, farmácias, salões de beleza, mercadinhos, bares, restaurantes, lanchonetes e hotelaria.

Importante destacar que alguns setores do comércio, como o de bares e restaurantes e o imobiliário com locação e vendas de imóveis, apresentaram uma significativa perspectiva de crescimento, com a instalação da UFRB a partir de 2006. Vale lembrar que algo semelhante a isso aconteceu na década de 80, com a construção da Barragem de Pedra do Cavalo próximo ao município, o que causou um “boom” no setor imobiliário da região.

O Município de Cruz das Almas possui uma boa rede de serviço bancário, com bancos públicos federais (Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste), bancos privados (Itaú, SICOOB, Bradesco e Santander), agências equipadas com caixas eletrônicos, além de casas lotéricas e agências de microcrédito.

As entidades representativas do comércio em Cruz das Almas são o SINDICRUZ, O SINDILOJAS e a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas, constituída em 1984 e que atualmente congrega 158  associados. Sua sede própria, localizada na Rua Dr. Ribeiro dos Santos, foi inaugurada em 2004.

  A INDÚSTRIA

Na história da nossa indústria, a fumageira sempre foi o carro-chefe, com destaque para a Suerdieck que gerou milhares de empregos na cidade desde a sua instalação em 1935. Mas tivemos outras indústrias como fábrica de velas e lã-de-aço, de adubo (de ossos e mamonas), beneficiamento de mandioca (Fazenda Santa Júlia e Farinha da Bahia), beneficiamento de citros, fábrica de fubá de camarão, entre outras

Na atualidade, o setor industrial de Cruz das Almas  encontra-se em franca expansão e conta com fábricas de bombas submersas, transformadores, calçados, alimentos, entre outras. Uma grande empresa, como a Bibi Calçados, que chegou no município em 1998, pode ser considerada a fábrica âncora do Distrito Industrial de Cruz das Almas – DICA, uma área de 84.366,24 m² ao lado da Mata de Cazuzinha, destinada ao apoio para instalação de novas indústrias em Cruz das Almas.

O DICA é administrado pela S U D I C (Superintendência do Desenvolvimento Industrial e Comercial), vinculada a SDE (Secretaria de Desenvolvimento do Estado da Bahia).

A INDÚSTRIA FUMAGEIRA EM CRUZ DAS ALMAS

Em meados do século XX já havia em Cruz das Almas e Região diversas firmas exportadoras de fumo em folha onde se destacavam os enfardadores: Francisco de Assis Garrido sucedido por Garrido Filho, F. H. Ótens, Major Alberto sucedido por Dr. Luiz Passos, Ramiro Passos e Lauro Passos, José Batista da Fonseca sucedido por Lauro Barroso da Fonseca, Desidério Brandão sucedido por Alvaro Brandão, Jorge Almeida, Fernando Martfeld, Cristovam Pinto. Na mesma época havia também algumas fábricas de charutos em Cruz das Almas e Região, entre as quais destacamos: Suerdieck, Leite Alves, Danneman, Garrido, Tobajara, Pimentel. Essas firmas produziam aproximadamente 40 milhões de charutos por ano.

A Suerdieck foi a empresa mais poderosa em termos de geração de empregos e de produção de charuto principalmente para a exportação. Veja um breve relato sobre a história desta firma.

Em 1888, pisou em terras baianas o Senhor August Suerdieck, na condição de empregado da firma alemã F. H. Ótens para fiscalizar o enfardamento de fumo, já que aquela empresa européia comprava e enfardava fumo Cruz das Almas. Quatro anos após sua chegada a Cruz das Almas, o Sr. August Suerdieck, agora relacionado com a firma John Achelis e Shoehne, de Bremen, começou suas atividades por conta própria como comprador e enfardador de fumo. Quando começou o ano de 1894, o Sr. August Suerdieck adquiriu um armazém firma F. H. Ótens e, no mesmo ano, adquiriu urna casa residencial, situada atual rua Ótens.

Dois anos após a emancipação política de Cruz das Almas, em 1899, o Sr. August Suerdieck ampliou seus negócios, estendendo-os até a cidade de Maragogipe, onde edificou seu primeiro prédio à rua Sebastião Pinho. Ainda neste último ano do século passado, chegou à Bahia o Sr. Ferdinand Suerdieck, irmão do Sr. August Suerdieck, a fim de auxiliar o mesmo no processo de exportação de fumo.

Não se contentando em ter somente as atividades de compras e enfardamento de fumo, pois só tinham trabalho para seis meses (dezembro a junho), o Sr. Ferdinand Suerdieck teve a feliz ideia de instalar uma fábrica de charutos. Esse seu projeto de montar uma fábrica de charutos para aproveitar o tempo disponível durante os seis meses em que não comprava nem enfardava fumo, nasceu ao ver os trabalhadores exercitarem o hábito de prepararem charutos nos armazéns para uso próprio, para provarem o fumo comprado pela firma.

Em 1905, definitivamente decidida a ideia de instalar e desenvolver o fabrico de charutos, o Sr. August Suerdieck transferiu o irmão Ferdinand Suerdieck juntamente como outros empregados para Maragogipe, onde foi instalada a fabricação de charutos naquela cidade. No dia 10 de janeiro de 1921, foi inaugurada em Maragogipe a primeira grande fábrica que seria a matriz da Suerdieck.

Com o falecimento do Sr. August Suerdieck, assume a direção da firma o Sr. Geraldo Meyer Suerdieck e, em 1935, ele inicia a construção do prédio onde sempre funcionou a Fábrica Suerdieck em Cruz das Almas, sendo que os trabalhos no citado prédio começaram em novembro de 1935, com 50 operários. Era prefeito da cidade o Dr. Luiz Eloy Passos e, Deputado Federal, o Dr. Lauro Passos, que muito incentivaram o Sr. Geraldo Suerdieck, a instalar aquela filial de Empresa Suerdieck no município. Em 1985, ao completar 50 anos de funcionamento no supracitado prédio, a Fábrica Suerdieck contava com mais de 500 operários.

Depois de ter sido adquirida pelo Grupo Melita, fechou suas portas em 27 de fevereiro de 1986, voltando logo a funcionar graças ação da dinâmica empresária Gisela Suerdieck que adquiriu o controle da fábrica.

Em 1993, a Suerdieck centralizou suas atividades em Cruz das Almas, fechando a centenária fábrica de Maragogipe. A Suerdieck já atendeu a 70 % da produção nacional de charutos, comercializando 100 marcas diferentes de charutos, cigarrilhas e fumo para cachimbo. Aproximadamente 90% da produção da Suerdieck eram exportadas para os Estados Unidos, Alemanha, Suíça etc. No Brasil, os estados que mais adquiriam os produtos Suerdieck eram: São Paulo e Rio de Janeiro.

As marcas de charutos produzidas pela Suerdieck e mais conhecidas eram: Panatela Ouro, Mata Fina, Ouro de Cuba, Rosinha, Iracema, Índios etc. Entre as cigarrilhas, as mais procuradas eram as Palonitas.

Cruz das Almas e região sempre produziu o fumo Brasil-Bahia tipo Mata Fina que é especial para bucha de charutos e normalmente importava fumos finos de Cuba e outros países da América central, para a capa dos charutos. Como cada dia a situação de importação ficava mais difícil principalmente por razões económicas, os empresários ligados à Suerdieck, resolveram produzir o fumo fino para capa de charutos, aqui mesmo em Cruz das Almas, e aí criaram para tal a Agro Comercial Fumageira.

A Agro Comercial Fumageira foi fundada em 1950 sob a direção da Fábrica Suerdieck, com a finalidade de produção agrícola de fumos capeiros, objetivando principalmente evitar a onerosa importação de capas para os nossos apreciados charutos.

Sob a direção inicial do Sr. Fernando Meyer Suerdieck, a firma cresceu e chegou a ser uma realidade inconteste já que, além de produzir em grande escala o fumo capeiro, tipo exportação, empregava uma enorme massa de operários, resolvendo assim, em boa parte, o grave problema do desemprego em Cruz das Almas.

A Agro empregava até o ano de 1995 acima de 2.000 trabalhadores, número esse que aumentava durante os períodos de picos de produção.

A área de cultivo de fumo da Agro Comercial Fumageira chegou até cerca de 500 hectares, com uma produção anual em torno de 5()0 toneladas de fumo. Aproximadamente 90% da produção eram exportadas e o restante comprado pela Suerdieck Charutos e Cigarrilhas. A produção de fumo ocorria durante quase todos os meses do ano, pois os cultivos eram programados para tal. Os países importadores do fumo produzido pela Agro eram: Estados Unidos, Holanda, Bélgica, França e outros.

A colheita e a secagem do fumo eram feitas em condições controladas. Após a secagem, o fumo era levado à fermentação, onde era arrumado em pilhas de dois, quatro e oito mil quilos. Depois de fermentado, o fumo era escolhido, dentro dos padrões que correspondem a seis cores e dez tamanhos. Por fim, o fumo era prensado em fardos de 70 quilos e armazenado a uma temperatura de 12° até a comercialização.

Antes de encerrar suas atividades a Agro Comercial Fumageira foi dirigida pela senhora Gisele Suerdieck e posteriormente pelo Sr. Geraldo Andréas Meyer Suerdieck, nascido em Hamburgo Alemanha, no dia 04 de julho de 1966. Filho do Sr. Geraldo Meyer Suerdieck e Dona Gisela Franziska Hedwig Suerdieck, ele é casado com Dona Maria Rosa Gonzalez Suerdieck, tem duas filhas: Jéssica e Isabella- Formado em Administração de Empresas ele exerce a atividade de administrador das Empresas da família.

Com o desenvolvimento da cultura e indústria do fumo tornou-se necessária a assistência técnica e creditícia. Preocupado com isso, o governo da Bahia criou o Instituto Baiano do Fumo -IBF- pelo Decreto Estadual n.0 9.409, de 16 de março de 1935, publicado no Diário Oficial de 18 de março de 1935. Era Interventor Federal, na Bahia, o Tenente Juracy Montenegro Magalhães. O regulamento do Instituto Baiano do Fumo foi aprovado por Decreto n.0 12.396, de 27 de julho de 1942, assinado pelo Interventor Federal Landulfo Alves de Almeida e Secretário de Agricultura Joaquim da Rocha Medeiros.

A Estação Experimental do IBF, em Cruz das Almas, começou a funcionar em 1950, e o seu primeiro diretor foi o Dr. Landivaldo Melo Mota. Foi uma entidade autárquica regulamentada pelo Decreto — Lei n°11947, de 29 de julho de 1941, e tinha por finalidade o fomento e defesa sanitária da lavoura do fumo, o comércio e a industrialização do seu produto.

Em meados do século passado Cruz das Almas e Região contava com aproximadamente 28 firmas enfardadoras de fumo em folha. Atualmente existem em Cruz das Almas quatro firmas produtoras e exportadoras de fumo em folha que são: Ermor Tabarama, Danco, Fumex e Tabaco Mata Fina. A região possui mais de dez firmas produtoras de charutos: Lê Cigar, Josefina, Talves e Leite Alves, Danneman, San Francisco, São Salvador, Charutos Mata Fina, M.R., Sandes, Chabas e Menendez.

O QUE ACONTECEU COM OS ARMAZÉNS DE FUMO DE CRUZ DAS ALMAS

Segundo trabalho de pesquisa de José Antonio de Oliveira Fonseca e Barbara-Christine Nentwig Silva, publicado na revista acadêmica Textura volume 5, número 9, em sua edição de janeiro/junho de 2012 e intitulado A FUMICULTURA NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS/BA: AS TRADIÇÕES E AS MUDANÇAS NO TERRITÓRIO, observa-se que existiam várias empresas fumageiras no território cruzalmense, os chamados “armazéns de fumo” e que, aos poucos, essas empresas desativaram-se ou mudaram de atividades.

A partir da década de 1980, algumas empresas produtoras de fumo de Cruz das Almas entraram em falência, outras se transferiram para outros estados do Brasil, deixando inúmeros galpões vazios e abandonados em Cruz das Almas. À medida que os antigos armazéns iam sendo comprados e demolidos, outras construções iam sendo erguidas para novos empreendimentos, dando origem a novas casas com várias funções. Na Avenida Alberto Passos, o antigo armazém de fumo de Garrido, em 1989, foi transformado em uma loja de móveis e utilidades do lar, que se denominava Lojas Cacife Ltda. Em 1981, o armazém de Dr. Luiz Passos, localizado na Rua Otens nº 01 ao nº 30, que ocupava um quarteirão, foi dividido em várias lojas e diversos empreendimentos, entre eles, lojas de departamento,  loja de colchão, bomboniere, bar, loja de celular, panificadora e uma loja Cesta do Povo da Empresa Baiana de Alimentos (EBAL). Todos esses empreendimentos estão funcionando na Rua Otens que vai do nº 01 ao nº 30, local onde foi instalado o primeiro armazém de fumo de Cruz das Almas, no ano de 1894 (SANTANA, 1997, p, 55) de acordo com a figura 04 – Rua Otens, onde funcionou o primeiro armazém de fumo de Cruz das Almas. Fonte: Pesquisa de campo, 2010 Elaboração: José Antonio Fonseca,

Em 1982, foi demolido o imóvel onde funcionou o armazém de fumo que pertencia ao Sr. João Peixoto da Silva, na Rua J.B. da Fonseca s/n. No mesmo ano foi construída no lugar a loja de peças e acessórios para motocicletas, Moto Peças Pereira Ltda, que funciona até os dias atuais. Outros armazéns foram demolidos e novos empreendimentos foram instalados nos locais onde funcionaram os armazéns de beneficiamento do fumo, como o Armazém de Zinho Peixoto, Armazém de Júlio Rocha. No local foram implantadas novas empresas, territorializando-se no contexto de Cruz das Almas. Outras informações recentes que não se pode esquecer são os empreendimentos que surgiram a partir de 2003, como a Auto Escola Karys Ltda, instalada no local onde funcionava o armazém de beneficiamento do fumo de João Gonçalves, localizado na Praça Manoel Caetano Rocha, 308. Conforme dados da pesquisa de campo, a Auto Escola Karys é uma empresa de prestação de serviços que funciona em Cruz das Almas, com fluxo mensal de pessoas, que se preparam para fazer os exames, a fim de adquirir Carteira Nacional de Habilitação. Em 2004, mais um empreendimento foi implantado em outra parte do prédio onde funcionava o armazém de fumo de João Gonçalves, a Faculdade Maria Milza (FAMAM). Em 2009, outros imóveis que ocuparam áreas onde também funcionaram empresas de fumo em Cruz das Almas, como é o caso do Armazém Tamaba – Tabacos Matas da Bahia Ltda, foram demolidos, sendo construído no local o Condomínio Residencial Zelinda. Trata-se de um conjunto residencial com 08 apartamentos, onde cada apartamento possui dois quartos e área de serviço, com 60 m² de área construída. A construção do condomínio Zelinda, além José Antonio de Oliveira Fonseca; Barbara-Christine Nentwig Silva de modificar a dinâmica do território, e a forma de viver, tem modificado também a maneira de habitação de algumas famílias de Cruz das Almas. Trata-se de um novo espaço da cidade que é ainda uma novidade em Cruz das Almas, por ser um dos primeiros condomínios fechados da cidade. Mesmo sem o empreendimento ter sido concluído, já desperta interesse de parte da população que deseja mudar a sua maneira de morar, à procura de um lugar diferente para habitar, que possa proporcionar melhorias na qualidade de vida do cidadão. Até hoje, os antigos armazéns de fumo do centro da cidade que não foram demolidos ou reformados, estão funcionando mesmo alugados para outras atividades. No imóvel onde funcionou o beneficiamento de fumo da empresa Carl Leone Com Ind. de Fumos Ltda, na Rua Juracy Magalhães nº 106, atualmente funciona um templo da Igreja Universal do Reino de Deus; no ponto de compra de fumo do Sr. Almerindo, localizado a Rua Silvestre Mendes, 335, funciona atualmente a Serralheria Rodrigues e no anexo funciona uma academia de educação física. Em um dos galpões que funcionava como armazém de beneficiamento de fumo da empresa Suerdieck, localizado a rua treze de maio, nº 281, funciona no local uma empresa em nome de João Carlos Peixoto dos Santos; que compra e beneficia o limão para exportação. Outro imóvel onde funcionou por muito tempo o beneficiamento de fumo em nome de João Peixoto (Zinho) localizado á rua J. J. Seabra, nº193 no bairro dos Poções, está instalada atualmente, uma oficina eletrotécnica. Por fim, na Rua Otens, onde funcionou a fábrica de charutos Suerdieck, o imóvel ficou abandonado por muito tempo, depois foi vendido para vários proprietários, como os Supermercados Todo Dia e Hipermercado São Paulo, que passaram a funcionar no local. O resumo das mudanças pode ser observado, empresas de fumo deram lugar a outras atividades, proporcionando nova configuração do território. Observa-se que existiam várias empresas fumageiras no território Cruzalmense. Aos poucos essas empresas desativaram-se ou mudaram de atividades, proporcionando novas formas, funcionalidades, estruturas e realidades diferentes, constituindo o novo território cruzalmense com nova dinâmica. No município de Cruz das Almas, a expectativa da população envolvida com a fumicultura está voltada para o surgimento de outros empreendimentos com novas atividades nos locais onde funcionavam os antigos armazéns de fumo, gerando mudanças na dinâmica territorial e econômica do município. Essa nova dinâmica é proporcionada pelo surgimento de diversos territórios, sobressaindo o território do comércio e da educação.

UMA CURIOSIDADE CULTURAL

No ano de 1996, um armazém de fumo, uma fábrica de charutos e uma lavoura de fumo em Cruz das Almas serviram de cenário para a gravação da novela O Fim do Mundo da Rede Globo de Televisão. O Fim do Mundo foi uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida originalmente de 6 de maio a 14 de junho de 1996, em 35 capítulos, com o último capítulo reexibido no dia subsequente, 15 de junho. Substituiu Explode Coração e foi substituída por O Rei do Gado na faixa das 20 horas, sendo a 52.ª “novela das oito” produzida pela emissora.
Escrita por Dias Gomes, com colaboração de Ferreira Gullar, teve direção de Gonzaga Blota e Paulo Ubiratan — este também na direção geral.
Contou com as atuações de Paulo Betti, José Wilker, Bruna Lombardi, Lima Duarte Vera Holtz, Maurício Mattar, Paloma Duarte e Guilherme Fontes nos papeis principais.
Sua trama contava a história do vidente Joãozinho de Dagmar previu o fim do mundo para breve, o que fez a cidadezinha de Tabacópolis virar de pernas para o ar. Acontecimentos inexplicáveis se sucedem ratificando as profecias e causando pânico. Os moradores entram em polvorosa deixando a prefeita Florisbela Mendonça revoltada diante de tanta confusão. Como o tempo é curto, o empresário Tião Socó, poderoso industrial tabagista, dono de uma fazenda de fumo e de uma marca de cigarros, resolveu investir na bela cunhada, Gardênia, vislumbrando o fim do seu probleminha de impotência sexual. Porém, ela não está nem aí para os problemas dele e precisa lidar com o ciúme do marido Tonico Laranjeira.

Além de Cruz das Almas na Bahia, a novela também teve cenas externas gravadas na cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro e nas cidades de Carrancas e Cordisburgo, em Minas Gerais.
Na ocasião o Programa Vídeo Show esteve na cidade acompanhando as gravações e os bastidores da novela, inclusive mostrando a euforia dos fãs, admiradores e curiosos. Os artistas ficaram hospedados na Pousada de Themis e, quando saiam para gravar ou passear pelo centro da cidade, causavam um verdadeiro frisson.

Galeria de Fotos

Fontes:

Redação: Memorial de Cruz das Almas
Fotos: Cristiano Peixoto, Reprodução Web

(FONTE BIBLIOGRÁFICA: SANTANA, Alino Matta. O VALOR DO TABACO PARA CRUZ DAS ALMAS E REGIÃO. Ed. Nova Civilização, 2013)
Leia Mais em: www.almanaquecruzalmense.com.br

Fim da Matéria
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